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sexta-feira, 24 de agosto de 2018

SOCIEDADE E NATUREZA E PRODUÇÃO DO ESPAÇO


INCLUSÃO E EXCLUSÃO: O PAPEL DA ESCOLA


ARAÚJO, Eduardo Magalhães de. RU 1799436.
PEREIRA, Ezequiel Guilherme de Félix de Farias. RU 1794314.
SOARES, Lucas Luciano da Silva. RU 1796901.
POLO CARLOS GOMES
UNINTER


Resumo


O presente trabalho explica sobre a diferença entre inclusão, exclusão, segregação e integração. Cita-se a modo exemplificativo a situação de dois alunos da mesma instituição de ensino, um com autismo severo e outro com síndrome de down. Por fim, ressalta-se a forma ideal de escola inclusiva, além de demonstrar a importância da inclusão na escola e na sociedade.

Palavras-chave: Inclusão nas escolas, Papel da escola, Autismo, Síndrome de Down.


O processo de inclusão nas escolas é recente, instituído no ano de 2013. Entretanto, as dúvidas que contornam tal assunto ainda permanecem, e com elas vem a não completude de sua implementação, possuindo certas falhas que serão corrigidas com o decorrer do tempo e da experiência das escolas, das famílias e do Estado.
É comum a confusão sobre o significado das situações de: exclusão, segregação, integração e inclusão. A exclusão trata-se da situação em que as pessoas com necessidades especiais não estão inseridas em nenhum tipo de instituição de ensino, historicamente pode ser relacionada ao escravagismo. A segregação é quando as pessoas com necessidades especiais são inseridas em escolas separadas daquelas consideradas “normais”; pode ser historicamente relacionada ao apartheid. A integração é a situação em que as pessoas com necessidades especiais estão inseridas na mesma instituição daquelas “normais”, mas em grupos (salas) distintos, historicamente pode comparar-se a discriminação proativa, como guetos. Por fim, a inclusão trata-se da inserção de pessoas com necessidades especiais e pessoas “normais” na mesma instituição de ensino e mesmo grupo, sendo o foco principal a liberdade e vida plena de aprendizagem.
A doutora em educação Maria Odete Emygdio da Silva faz um relato sobre o processo de passagem da exclusão até a inclusão, afirmando que tal marco deve ser percorrido por meio da busca da educação inclusiva.
O caminho exclusão à inclusão das crianças e dos jovens com necessidades educativas especiais está relacionado com as características económi­cas, sociais e culturais de cada época, as quais são determinantes para o modo como se perspectiva a diferença. Exclusão, segregação, integração e, nos tempos actuais, inclusão, marcam um percurso, ao qual estão subjacentes concepções e práticas, relativamente às quais, no caso da inclusão, entendida como educação inclusiva, a formação de professores é um dos factores fundamentais à sua implementação. (SILVA, 2009, p. 1).

No contexto atual, a educação inclusiva é uma realidade de importância incontestável no âmbito da educação regular. Pensar em educação é pensar em inclusão e nos meios de atendimento às pessoas com necessidades especiais em salas regulares de ensino a fim de que suas potencialidades sejam evidenciadas. Tal importância decorre em três fatores: primeiro, garantir um atendimento especializado para jovens e adolescentes que necessitam deste; segundo, o acréscimo de sala de recursos, isto é, um lugar de oportunidades para tais alunos realizarem suas atividades específicas; terceiro, adequar os aspectos organizacionais da escola no que tange a inclusão. Segundo a autora Dayse Serra:
Igualdade não é de forma alguma tornar igual [...]. Incluir não é nivelar e nem uniformizar o discurso e a prática, mas exatamente o contrário: as diferenças, invés de inibidas, são valorizadas. Portanto aluno-padrão” não existe. Cada integrante deste cenário deve ser valorizado como é.

O ordenamento jurídico brasileiro que abrange a educação inclusiva evidencia sua necessidade, além de legitimá-la legalmente. A Constituição Federal prevê em seu artigo 205 que a educação deve ser “promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1988), e é um direito de todos. A lei 13.146 de 2015, conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência contempla a previsão legal a respeito da inclusão das pessoas com deficiência na sociedade brasileira, constando também sobre os aspectos educacionais e a necessidade da educação para todos.
Abaixo relata-se a história real de dois alunos, um com autismo severo e outro com síndrome de down, ambos estudantes no mesmo colégio, entretanto, optou-se por não mencionar o nome dos mesmo em busca de preservar sua integridade.
O primeiro aluno tem 9 anos de idade, está cursando o 4º ano em uma instituição particular de ensino. Com um grau severo de autismo, ele se recusa em ser tocado, tem difícil aceitação de relacionamento com as pessoas e barulhos servem como gatilho para um surto, assim sendo necessário a contenção para preservar a integridade física do mesmo. Os pais utilizam maior parte de seus recursos financeiros com a educação, tratamento e lazer do aluno, assim fazendo com que o aluno tenha uma melhor evolução em seu tratamento. O menino tem o acompanhamento de uma tutora e uma pscico-pedagoga, é muito bem aceito e incluso na escola e na família. Seus colegas o apoiam e dão muita atenção, fazendo com que o aluno se sinta muito bem em sala de aula aqui um grande exemplo de inclusão na escola e na família também.
O segundo aluno, com 14 anos de idade, está cursando o 9º ano na mesma instituição de ensino que o aluno referido acima. Ele é muito amável e carinhoso, mas apronta muitas na escola. O aluno é dedicado, porém perde a atenção muito fácil, tem picos de humor e dificilmente gosta de realizar atividades muito barulhentas. Na escola é muito aceitado e seus colegas o amam, e dão muita atenção, mas, o problema não está na escola, e sim em casa, onde os pais dizem que o amam, o apoiam, mas não dão muita atenção a ele. O aluno chegou chorando na escola e um dos monitores da instituição de ensino deduziu que fosse mais uma crise amorosa, visto que é menino é apaixonado por uma colega de classe; o monitor conversou com o aluno, e este lhe disse: “meus pais vão viajar, e não vão me levar porque eles têm vergonha de mim”. Vendo esses pontos chegamos a uma conclusão, a inclusão e exclusão não é só na escola, mas também deve ser na própria casa da pessoa com deficiência.
Um modelo ideal de escola inclusiva abrange primordialmente a interação entre alunos e professores, tanto aqueles que possuem deficiência, quanto os que não possuem, para isso, a relação entre estes na sala de aula é essencial, por isso pode-se promover atividades que procurem abranger as habilidades dos alunos que tem deficiência e respeitem suas limitações. Também deve ocorrer o atendimento educacional especializado e demais atividades voltadas para os alunos com deficiência, nos casos em que estes não tenham a possibilidade de realizar as tarefas com os demais colegas. Além disso, deve haver a adequação da infraestrutura da escola, a fim de viabilizar a mobilidade dos alunos com deficiência. Também se pode criam ambientes especiais para esses alunos, que possibilitem o maior aprendizado, mas que não os retire do convívio com os demais colegas, pois isto seria uma forma de segregação.
É visível a necessidade da inclusão escolar, já reconhecida e defendida por lei, a qual gera a necessidade de organização da escola para receber e direcionar a aprendizagem de todos os tipos de alunos. Tal organização depende tanto das ações da instituição de ensino em que o aluno estuda, quando em sua própria casa e na sociedade, assim deve haver atividade conjunta social, pedagógica, política e cultural, de modo que viabilize a interação entre alunos com e sem deficiência. Por isso é importante compreender a importância de se seguir um modelo ideal de escola inclusiva, a fim de chegar o mais próximo possível desse modelo.

Referências


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RODRIGUES, David. Inclusão e Educação: Doze Olhares Sobre a Educação
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RODRIGUES, Sylvia Regina de Oliveira. Departamentos de psicologia da educação da UNESP. Disponível em: <http://fclar.unesp.br/#!/departamentos/psicologia-da-educacao/>. Acesso em: 18 jun. 2018.

RUOSSO, Fabiele. Graus de autismo: é preciso saber. Neuroconecta. Disponível em: <http://neuroconecta.com.br/graus-de-autismo-importante-saber/>. Acesso em: 18 jun. 2018.

SANTOS, Mônica Pereira Dos. PAULINO, Marcos Moreira. Inclusão em educação. Editora Cortez: São Paulo. 2006.

SERRA, Dayse. Inclusão e ambiente escolar. In: Santos, Mônica Pereira; Moreira, Marcos. Inclusão em educação: culturas, políticas e práticas. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2008. p. 31-44.

SILVA, Maria Odete Emygdio. Da exclusão à inclusão: concepções e práticas. Revista Lusófona, Lisboa, Portugal, n. 13, p. 135-153, 2009. Disponível em: <http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-72502009000100009>. Acesso em: 18 jun.  2018.

WIKIPEDIA. Inclusão social. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Inclus%C3%A3o_social>. Acesso em: 18 jun. 2018.

Entrevista sobre Inclusão Escolar com Prof. João Bôsco